Rendimento dos fundos imobiliários no trimestre.

O início de 2025 foi promissor para os investidores que possuem fundos imobiliários (FIIs) em suas carteiras. De janeiro até 7 de abril, o Ifix (principal índice do segmento na B3) acumula alta de 4,08%. Entre os dez FIIs que mais renderam no primeiro trimestre, todos tiveram um rendimento acima dos 20%.

“Apesar de um mês de janeiro bem desafiador para a categoria, o encerramento do primeiro trimestre demonstrou um copo meio cheio. Tivemos uma performance favorável do Ifix, com um desempenho positivo em praticamente todos os setores. Houve uma retomada, especialmente entre fevereiro e março”, comenta Caio Nabuco Araújo, analista da Empiricus Research.

Dos dez FIIs que tiveram os melhores retornos no primeiro trimestre de 2025, oito são de tijolo, de acordo com levantamento exclusivo da Quantum para o Bora Investir.

“O desempenho foi bastante positivo em fevereiro para todos os segmentos – tanto os fundos de papel quanto os de tijolo”, analisa Eliane Teixeira, economista da Cy Capital, que completa: “o que observamos é que a resiliência da atividade econômica tem sustentado bons resultados para os fundos de tijolo, em especial os de logística, mesmo em um cenário que, à primeira vista, parece desafiador para esse tipo de ativo”.

O resultado vem apesar de mais uma elevação da taxa de juros por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e sem sinalização de um fim do ciclo de aumentos. De acordo com Araújo, mesmo com o patamar elevado da Selic, a política monetária foi favorável aos fundos imobiliários no primeiro trimestre.

“Alguns bancos revisaram suas projeções da Selic para a metade do ano, saindo de 16% para 15% ou 15,25 % e isso é positivo. Em termos de reforma tributária, tivemos a indicação de que os fundos imobiliários devem permanecer isentos. Além disso, o mercado imobiliário como um todo demonstrou resiliência”, diz. O analista ainda ressaltou que, para a análise desse crescimento, é necessário entender o ponto de partida. “No final do ano passado, apesar de uma breve retomada dos FIIs, os fundos ainda estavam em um patamar de preço consideravelmente descontado”, completa.

Os FIIs de papel, tijolo e multiclasse que mais renderam no primeiro trimestre

10 MAIORES RETORNOS POSITIVOS NO 1º TRI – FIIs: PAPEL, TIJOLO E MULTICLASSE
Nome do Ativo Ticker Classificação Setorial – Classe de Ativo Retorno
POLO RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS I FII PLRI11 Renda Fixa 79,38%
LOFT II FII LFTT11 Imóvel 67,64%
VIDA NOVA FII FIVN11 Imóvel 45,81%
BTG PACTUAL TERRAS AGRÍCOLAS FII BTRA11 Imóvel 38,44%
REC LOGÍSTICA FII RELG11 Imóvel 33,26%
SANTANDER RENDA DE ALUGUÉIS FII SARE11 Imóvel 28,59%
VIA PARQUE SHOPPING FII FVPQ11 Imóvel 26,73%
BLUEMACAW LOGÍSTICA FII BLMG11 Imóvel 25,94%
REC RENDA IMOBILIÁRIA FII RECT11 Imóvel 25,80%
SANTANDER PAPÉIS IMOBILIÁRIOS FII SAPI11 Renda Fixa 23,56%

Fonte: Quantum

Os FIIs de papel que mais renderam no primeiro trimestre

MAIORES RETORNOS POSITIVOS NO 1º TRI – FIIs DE PAPEL
Nome do Ativo Ticker Retorno
POLO RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS I FII PLRI11 79,38%
SANTANDER PAPÉIS IMOBILIÁRIOS FII SAPI11 23,56%
HECTARE CE FII HCTR11 21,89%
KILIMA VOLKANO RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS RESP LIMITADA FII KIVO11 20,12%
BANESTES RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII BCRI11 19,36%
CARTESIA RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII CACR11 17,99%
IRIDIUM RECEBÍVEIS FII IRDM11 17,70%
GALAPAGOS RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII GCRI11 15,94%
REC RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII RECR11 15,28%
VECTIS JUROS REAL FII VCJR11 14,68%

Fonte: Quantum

Os FIIs de tijolo que mais renderam no primeiro trimestre

MAIORES RETORNOS POSITIVOS NO 1º TRI – FIIs DE TIJOLO
Nome do Ativo Ticker Retorno
LOFT II FII LFTT11 67,64%
VIDA NOVA FII FIVN11 45,81%
BTG PACTUAL TERRAS AGRÍCOLAS FII BTRA11 38,44%
REC LOGÍSTICA FII RELG11 33,26%
SANTANDER RENDA DE ALUGUÉIS FII SARE11 28,59%
VIA PARQUE SHOPPING FII FVPQ11 26,73%
BLUEMACAW LOGÍSTICA FII BLMG11 25,94%
REC RENDA IMOBILIÁRIA FII RECT11 25,80%
ZAVIT REAL ESTATE FUND FII ZAVI11 21,03%
EDIFÍCIO ALMIRANTE BARROSO RESP LIMITADA FII FAMB11 19,49%

Fonte: Quantum

Perspectivas para os próximos meses

Apesar do crescimento, Araújo entende que ainda é necessário avaliar quais vão ser os impactos da disputa comercial global na renda variável. “No curtíssimo prazo, diante de todo o cenário de riscos, é possível que a gente tenha volatilidade. Esse contexto global que aumenta a volatilidade geral dos mercados, apesar de não ter impacto direto em fundos imobiliários, provoca uma aversão a risco, que afeta os ativos de renda variável”, conclui o analista da Empiricus Research.

Na mesma linha, Eliane acredita que o momento é de incertezas, mas também de oportunidades. “No Brasil, por exemplo, a discussão sobre o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda deve avançar na Câmara, o que pode reacender preocupações fiscais. Lá fora, a nova política tarifária dos Estados Unidos também tende a continuar gerando incertezas nos mercados. Apesar desse ambiente mais turbulento, ainda vemos boas oportunidades, principalmente para quem consegue separar o ruído de curto prazo das tendências mais estruturais”, finaliza a economista da Cy Capital.

Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.